Descarbonização

Shell investe em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para descarbonizar operações offshore

Projeto testa hidrogênio em motores diesel de sondas de perfuração para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE)

Redação TN Petróleo/Assessoria
19/04/2024 13:26
Shell investe em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para descarbonizar operações offshore Imagem: Divulgação Visualizações: 810

A Shell Brasil, em parceria com a Ocyan e a LZ Energia (unidade de negócios Protium Dynamics), avança na jornada pela descarbonização da indústria offshore com um projeto pioneiro de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil. A iniciativa vai explorar o potencial do hidrogênio adicionado em motores de combustão interna de embarcações marítimas, como navio-sonda e navio-tanque. A Shell Brasil viabiliza o projeto investindo R$17,7 milhões, por meio da cláusula em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

“Estamos otimistas com os resultados do projeto H2R (Hidrogênio para reduzir emissões e consumo). A tecnologia em desenvolvimento visa permitir a redução de consumo de combustível e de emissões de gases de efeito estufa, além de contribuir para a descarbonização da indústria de óleo e gás offshore”, destaca Eli Gomes, gerente de projetos de Tecnologia da Shell.

Manter uma embarcação offshore funcionando em posicionamento dinâmico ou navegando pelo mar requer um consumo alto de diesel, impactando no meio ambiente e elevando os custos em operações marítimas. Uma vez que a injeção de hidrogênio esteja calibrada, espera-se reduzir em até 10% as emissões de gases de efeito estufa, além de uma queda nos custos operacionais. Caso o projeto evolua e a tecnologia seja aplicada em motores de sonda e navios-tanque, estima-se uma queda na emissão de 4,5 toneladas de gás carbônico, por ano.

Para fazer frente ao desafio de armazenar e transportar hidrogênio em operações offshore, o projeto propõe um sistema inteligente de produção do hidrogênio embarcado sob demanda. Ele é capaz de coletar e interpretar dados dos motores continuamente e calcular a quantidade de hidrogênio a ser produzida e injetada com segurança e eficiência. O método propõe a integração do hidrogênio com motores diesel existentes, dispensando modificações significativas na embarcação.

Igor Zornitta Zanella, diretor da LZ Energia, explica que o hidrogênio age como se fosse um catalisador.  A eficiência cresce, e com ela, a conversão de combustível em trabalho. “A melhoria se dá pela otimização da queima do combustível. Adicionando pequenas doses de hidrogênio, a queima ocorre com menor atraso de ignição e de maneira mais homogênea, resultando em uma queima mais completa e abrangente. Aquelas frações, que costumavam escapar durante o processo em forma de emissões poluentes, passam a ser aproveitadas, fazendo com que seja necessário menos combustível para realizar o mesmo trabalho.”

Desde 2015, a LZ Energia vem realizando estudos da tecnologia aplicada em motores de caminhões.  Vários testes realizados em campo, em pistas de provas e em laboratórios com motores de pequeno porte aferiram redução de até 10% no consumo de diesel e nas emissões. Mais testes em laboratórios serão conduzidos em motor de grande porte para aprimorar e amadurecer a tecnologia até avaliação em operação offshore.

A tecnologia, patenteada pela LZ Energia conquistou, recentemente, qualificação internacional da DNV, uma conceituada certificadora independente de gerenciamento de risco. “Conseguimos demonstrar a eficácia e a confiabilidade do sistema, inclusive do ponto de vista dos riscos operacionais com foco na segurança. Demos o primeiro passo. Esta aprovação é muito importante para o desenvolvimento do projeto, que está em linha com o compromisso da Ocyan em zelar pela sustentabilidade e neutralizar a sua pegada de carbono até 2035”, afirma Rodrigo Chamusca, gerente executivo de Negócios Digitais e Tecnologia.

Pesquisa e Desenvolvimento na Shell

A Shell Brasil investe, aproximadamente, R$ 500 milhões por ano em pesquisa e inovação de novas tecnologias, com foco crescente na descarbonização de suas operações. Cerca de 30% desse recurso é destinado para projetos voltados para a Transição Energética.

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