Biomassa BR
A Cosan, um dos maiores conglomerados de energia e infraestrutura do Brasil, e a japonesa Sumitomo Corporation, um dos maiores grupos econômicos do Japão, fecharam parceria em fevereiro deste ano. A criação de joint venture que será a primeira empresa no mundo a produzir e comercializar pellets de biomassa produzidos a partir de palha e bagaço de cana-de-açúcar.
O negócio deverá passar pela aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de autoridades reguladoras europeias.
A tecnologia inédita criada pela Cosan usa exclusivamente resíduos de cana-de-açúcar para produzir pellets que podem substituir o carvão mineral, gás natural e óleo combustível na geração de energia elétrica e calor. Chamada de Cosan Biomassa, a nova empresa já possui uma planta de produção na região de Jaú, interior de São Paulo, com capacidade instalada de 175 mil toneladas de pellets por ano. O plano é expandir a produção para 2 milhões de toneladas até 2025, e para 8 milhões de toneladas no futuro, confirmadas as expectativas de retorno e a demanda potencial para este produto. A Cosan terá 80% e a Sumitomo 20% do capital da joint venture.
Diversos países já têm metas para geração de energia renovável e sustentável, entre eles Japão, Coreia do Sul e Inglaterra. Um estudo publicado pela Comissão Europeia no início deste ano revelou que o uso da biomassa é a maneira mais econômica de atingir as metas estabelecidas para redução de emissão. A perspectiva é que nos próximos cinco anos a demanda mundial por pellets de biomassa salte das 25 milhões de toneladas comercializadas hoje para aproximadamente 40 milhões. Atualmente, a matéria-prima predominante no setor é oriunda da madeira plantada na Europa, Estados Unidos e Canadá.
"O Brasil já está entre os maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas do mundo. O pellet de biomassa é uma nova commodity que está nascendo para atender a economia de baixo carbono", diz Mark Lyra, CEO da Cosan Biomassa. "Com o aproveitamento dos resíduos agrícolas da cana-de-açúcar e a crescente preocupação com a mudança climática no mundo, o Brasil está posicionado para se tornar a Arábia Saudita da energia sustentável." A perspectiva é de fazer o primeiro embarque de pellets para uma grande geradora de energia europeia ainda neste ano.
A FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) é financiadora do negócio e apoia o projeto desde seu início, em 2010. "O setor sucroenergético sabe muito bem como explorar a energia do caldo da cana de açúcar, mas isso corresponde a apenas um terço da energia produzida pela planta. Dois terços da energia da cana está na biomassa e hoje tal energia é aproveitada de maneira pouco eficiente ou desperdiçada completamente", afirma Wanderley de Souza, presidente da FINEP. "Com financiamento pioneiro em tecnologia e inovação de processos, ajudamos a criar um novo mercado que, por sua vez, viabilizará investimentos em eficiência para vitalizar o setor."
Os principais mercados-alvo da Cosan Biomassa são Europa, Japão e Coreia do Sul que ainda hoje têm 30% de sua energia proveniente do carvão mineral. No Brasil, onde o gás e o óleo têm custo alto, a biomassa é uma alternativa bastante competitiva e grandes indústrias já demonstraram interesse.
Estes projetos demonstram a força do setor da Biomassa, além do potencial para geração de novos empregos, fortalecimento de uma indústria limpa, renovável, sustentável.
Fale Conosco
20